sábado, 4 de julho de 2009

Monte Athos

Hoje fui ver a exposição no Petit Palais, Le Mont Athos. Esperava que estivesse tranquilo; quem tem interesse em monges? Arte bizantina? 9 euros é comprometimento. E pasmem: tive que esperar 10 minutos para entrar. Parecia até a exposição do Picasso. Tudo bem, é um pouco de exagero. O Picasso e os mestres tinha uma espera de 2 horas. Mas a espera me surpreendeu. Entre as pessoas na fila; uma freira, muitas senhoras francesas que consomem cultura como a gente vai a praia, pais com filhos.. (pensei em levar minha próxima descendente, que está a caminho ...) Um detalhe bobo talvez, que me diz muito. O tamanho da fila. Diga-me em que fila estás e te direi quem és. (isso me lembra outra fila interessante; a padarias francesas!)
Agora, minhas impressões sobre a exposição. A arte como representação do dívino, do imaterial é algo muito poderoso. A arte é sempre poderosa quando vem realmente do fundo de nós, daquele lugar sem razão. Quando fala sobre um tema também, digamos, doido, como pensar em Deus, é explosiva. A arte bizantina tem uma mística especial ao meu ver. A gente não decodifica, mas tem alguma coisa que toca. Há muito simbolismo nas cores e na forma. Foi uma felicidade ver esta exposição. O Petit Palais já tem uma coleção grande de icones. Além disso, o fato destas obras terem vindo do Monte Athos, de um lugar isolado no espaço e cristalizado no tempo, confere um ela maior. É a mística. O invisível que nos toca.