domingo, 15 de março de 2009

Giorgio de Chirico. Impressões da exposição


Um dia lindo em Paris, já com gosto de primavera; sol e 14 graus sobre o calcadão do Sena. Uma das exposições mais importantes do momento é Chirico no museu da cidade de Paris. Muitas das obras vieram de coleções particulares, principalmente da Italia.

Enquanto escrevo, pergunto-me o que guardei desta experiência. De cara é uma emoção o conjunto da obra de um artista por uma vida inteira. Obras do inicio do século XX, e de 70 anos depois.. a perspectiva do artista ao longo de sua vida, as diferentes abordagens, a metamorfose. Esta obra que escolhi para ilustrar é um retrato de Guillaume Apollinaire de 1914, sob a guarda do Beaubourg em Paris.
Outra coisa que me chamou atenção foi o tempa da metafísica. Da pra entender do que se trata? A primeira vista não. Coloco-me na categoria dos mortais. Fiquei me perguntando se aquelas obras de perspectiva exquisita e cores sem graça tem realmente algum valor artístico. Os retratos por outro lado falam sozinhos, em português claro e objetivo. Gosto.
Mais a frente, em outra sala, um quadro me lembrou minha bisavó, Bidó. Não sei porque, mas claro que ela estava em minha mente. pois foi um forte sonho esta noite. Mas duas figuras, parecidas, uma delas com cores decompostas.. como se uma fosse uma versão interna da outra.

Muitas de suas citações também me chamaram atenção. "Sobre a terra, há mais enigmas na sombra de um homem do que em todas as religiões do mundo". Fiquei intrigada em entender melhor o seu pensamento sobre o desconhecido. A pintura é um campo de descobrimento. Um mundo que se abre quando nos aprofundamos dentro de um quadro. Parece um mergulho em um universo interno.

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