quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ouvido humano amador para Villa-Lobos

Segundo dia do coloquio Hommage à Villa-Lobos e um pequeno balanço. Participei do coloquio com uma perspectiva de curiosa. Acho que eu era a mais ignorante em termos de música na sala. Admiro estas pessoas que educam sua audição, trabalham com a percepção de forma a explorar profundamente a riqueza da música. Meu ouvido está na categoria humano, digamos amador. Mas mesmo o compositor nos ensina a perceber de forma simples e natural. Assim ele diz:
Nunca na minha vida procurei a cultura, a erudição, o saber e mesmo a sabedoria nos livros, nas doutrinas, nas teorias, nas formas ortodoxas. Nunca! Porque o meu livro era o Brasil. Não o mapa do Brasil na minha frente, mas a terra do Brasil onde eu piso, onde eu sinto, onde eu ando, onde eu percorro. Villa-Lobos, discurso em João Pessoa em 1951

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Villa-Lobos na Sorbonne


Começou ontem o coloquio Hommage à Villa-Lobos na Université Paris-Sorbonne. Organizado pelos departamentos de Historia e de Música, o coloquio reune pesquisadores europeus e brasileiros que estudam o nosso Vila. Aspectos políticos do homem histórico, sua ligação com o governo de Vargas foram abordados ontem pelo Professor Luiz Felipe de Alencastro. Seria sua obra uma expressão do autoritarismo? Ou um testemunho da mais autentica alma brasileira? É Vila o nosso mais importante compositor? Ou uma política de divulgação estatal o projetou internacionalmente em detrimento de outros? Villa-Lobos morreu há 50 anos. O Ministerio da Cultura brasileiro não articulou grandes comemorações. Eventos aqui e ali acontecem para lembrar este que foi o embaixador cultural do Brasil no século XX. E a memória deste embaixador está viva na Europa do século XXI. Neste fim de semana, a Maison Radio France promoveu uma serie de concertos com nomes vindos do Brasil como Yamandu Costa, Antonio Medeiros e Debora Waldman. Um sucesso.